O mercado imobiliário é uma engrenagem complexa que responde a uma série de variáveis econômicas, sociais e estruturais. Para quem pretende comprar, vender ou investir em imóveis, entender os fatores que influenciam nos preços é fundamental para tomar decisões mais seguras. Neste artigo, vamos explorar os principais elementos que afetam o valor dos imóveis

1. Localização: O fator mais determinante

A máxima "localização, localização, localização" continua atual. A proximidade com centros comerciais, escolas, hospitais, áreas verdes e vias de acesso valoriza significativamente um imóvel.

Em Campo Grande, bairros como Chácara Cachoeira, Carandá Bosque, e Jardim dos Estados têm se destacado por oferecerem infraestrutura urbana de qualidade e excelente padrão de vida, elevando seus valores de metro quadrado. Segundo dados do FipeZap (2024), essas regiões apresentam preços até 40% superiores em relação à média da cidade.

Fonte:
FipeZap – Índice de Preços de Imóveis Anunciados

2. Oferta e demanda

A lógica é simples: quando a procura por imóveis é maior que a oferta, os preços tendem a subir. O contrário também é verdadeiro.

Em Campo Grande, a demanda por imóveis residenciais de médio e alto padrão cresceu nos últimos anos, impulsionada por fatores como:

• Crescimento populacional moderado e constante

• Migração de famílias do interior para a capital

• Expansão de empreendimentos verticais

Segundo o Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), o número de lançamentos residenciais aumentou cerca de 18% entre 2022 e 2024, com foco em apartamentos de 2 e 3 dormitórios.

Fonte:
Secovi-MS – Relatório de Mercado Imobiliário

3. Infraestrutura urbana e segurança

Bairros bem planejados, com ruas pavimentadas, iluminação pública eficiente, saneamento básico e segurança reforçada são muito mais valorizados.

Campo Grande tem investido em projetos de mobilidade urbana e reurbanização, como o Reviva Campo Grande, que modernizou importantes vias do centro da cidade. A valorização dos imóveis nas regiões afetadas pelo projeto foi de até 25%, segundo dados da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb).

Fonte:
Planurb CG – Projeto Reviva Campo Grande

4. Taxa de juros e crédito imobiliário

O custo do financiamento também afeta o preço final dos imóveis. Juros mais altos desestimulam a compra, pressionando os preços para baixo. Já quando a Selic está baixa, o crédito fica mais acessível, aquecendo o mercado.

Em 2025, com a taxa Selic estabilizada em 10,25%, o mercado voltou a ter movimentações consistentes, segundo a Caixa Econômica Federal, que reportou aumento de 12% na concessão de financiamentos no primeiro semestre.

Fonte:
Banco Central do Brasil – Taxa Selic

5. Características do imóvel

Além dos fatores externos, o próprio imóvel influencia no seu preço. Alguns aspectos relevantes incluem:

• Área construída e número de cômodos

• Estado de conservação

• Acabamentos e diferenciais (piscina, varanda gourmet, automação)

• Posição solar e ventilação

Em Campo Grande, há uma tendência crescente por condomínios verticais com áreas comuns completas, como academias, coworkings e espaços pet-friendly — o que eleva o ticket médio de venda.

6. Tendências locais em Campo Grande

Além dos fatores nacionais, Campo Grande tem suas particularidades:

• O crescimento horizontal ainda é forte, mas o adensamento vertical está se acelerando nas regiões centrais.

• Bairros em expansão como Rita Vieira, Portal Caiobá e Residencial Damha estão ganhando valorização com novos empreendimentos.

• O Plano Diretor de Campo Grande (2022-2040) prevê incentivos à ocupação de áreas subutilizadas, o que pode impactar o valor dos terrenos na próxima década.

Fonte:
Plano Diretor Campo Grande – Documento Oficial

Conclusão

O valor de um imóvel é definido por uma soma de fatores dinâmicos e interdependentes. Ao entender como cada um deles atua — especialmente no contexto de uma cidade em crescimento como Campo Grande —, compradores e investidores podem tomar decisões mais estratégicas e bem fundamentadas.